quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Perene

Deixe que passe.
Que o passo apresse.
Que o tempo leve.
Leve o que o tempo não levará.
Que tudo seja perene.
Perene desde que seja bom.
Desde que seja sincero.
Assim... como tiver de ser!
Perene o amor tornar-se-á.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pimenteira

Foi curioso. É, curioso...
Eu estava parado, mudo, me fazendo ficar invisível.
E ela, ela estava toda apaixonada.
Finalmente uma pimenta havia nascido naquele pé de pimenteira.
Mas será possivel, meu Deus? Uma Coisa tão ínfima...
De onde será que vem toda essa pureza? Toda a graça dos cabelos dourados.
Dourados como a pele, como sol que ilumina sua nova filha.
Mesma filha que um dia será devorada pela vontade de fazer arder!
Por agora, vida ela ainda tem.
Por agora, ela ainda se destaca no meio do concreto.
Mas não há motivos pra desespero...Ela um dia renascerá.
Coitada. Renascerá.
Fadada a viver - ou morrer - nesse ciclo perverso.
Coitada dela. Coitada da pimenteira.

domingo, 14 de agosto de 2011

Voraz

Eu, homem, precisava do seu abraço.
Eu, menino, precisava do seu colo.
Eu, enquanto qualquer coisa, preciso de você.
Preciso te viver. Preciso te ver... te ter!

Você vai levando a vida assim,
Nesse desgosto,
Nessa meresia.
Acorde, homem!
É tempo de se fazer tempo.
É tempo de ser voraz.

Há um conflito interiorizado,
Uma questão de múltiplos desafios.
Há uma vida pra ser vivida.
Há um vida que quer ser vida!
Viva.