segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pimenteira

Foi curioso. É, curioso...
Eu estava parado, mudo, me fazendo ficar invisível.
E ela, ela estava toda apaixonada.
Finalmente uma pimenta havia nascido naquele pé de pimenteira.
Mas será possivel, meu Deus? Uma Coisa tão ínfima...
De onde será que vem toda essa pureza? Toda a graça dos cabelos dourados.
Dourados como a pele, como sol que ilumina sua nova filha.
Mesma filha que um dia será devorada pela vontade de fazer arder!
Por agora, vida ela ainda tem.
Por agora, ela ainda se destaca no meio do concreto.
Mas não há motivos pra desespero...Ela um dia renascerá.
Coitada. Renascerá.
Fadada a viver - ou morrer - nesse ciclo perverso.
Coitada dela. Coitada da pimenteira.

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