quarta-feira, 18 de julho de 2012
Dor errada
Se até a dor, que é castigo, dói no lugar errado, a quem condenar?
Dói no lado oposto, no lado onde deveria haver calma.
E intriga. Claro, só ao dono do peito.
O dono real, não o dono de direito.
domingo, 15 de julho de 2012
Outro
Decido por dar um tempo nas aliterações,
Nas nostalgias cansadas e nas lágrimas, agora, um pouco sem verdade.
Decido por ver o mar todas as manhã,
Decido por passar em frente ao museu das pedras e ir ao cinema pouco frequentado.
Decido curtir aquele frio que temi
Esperar por outras mensagens, outras ligações.
Decido por outro.
Não outro você, nem outro de você. Outro, sim, outro d'eu e você.
Não mais que outro.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Sobre os santos e a chuva
Eram dedos apontados para o céu. Não havia norte, não havia nuvém. O sertanejo, coitado, cansado de reviver a mesma história. Cansado de ser Baleia, morto covardemente, sonhando com o céu e suas préas. Cansado de ser homem pequeno. Abatido a cada verão que não terminava. Era verão no céu, e quando não era, no verão ele pensava. Tremia, temia.
Os santos, estáticos, de barro, gesso e, sem dúvidas, recobertos de fé. Observavam, olhando fixamente para o mesmo lugar, sempre. Sem pestanejar, sem se comover. Sem chover.
E a chuva, desacredita, sem prece, sem fé... nada.
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