segunda-feira, 2 de julho de 2012
Sobre os santos e a chuva
Eram dedos apontados para o céu. Não havia norte, não havia nuvém. O sertanejo, coitado, cansado de reviver a mesma história. Cansado de ser Baleia, morto covardemente, sonhando com o céu e suas préas. Cansado de ser homem pequeno. Abatido a cada verão que não terminava. Era verão no céu, e quando não era, no verão ele pensava. Tremia, temia.
Os santos, estáticos, de barro, gesso e, sem dúvidas, recobertos de fé. Observavam, olhando fixamente para o mesmo lugar, sempre. Sem pestanejar, sem se comover. Sem chover.
E a chuva, desacredita, sem prece, sem fé... nada.
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